terça-feira, 18 de novembro de 2008

"Seis Meses Sem Democracia"

A presidente do PSD entrecortou esta terça-feira uma intervenção contra a implementação de reformas hostis às classes profissionais com a alusão a um cenário de “seis meses sem democracia”. As palavras de Manuela Ferreira Leite mereceram fortes críticas por parte do líder parlamentar do PS, que acusou a líder do maior partido da Oposição de ser detentora de uma “cultura autoritária”.
Fonte: RTP

A ideia à primeira vista pode parecer absurda mas desde a Roma Antiga que este tipo de governação se pratica e é utilizada apenas em períodos de crise tendo em conta a rápida resolução da caótica situação do país.

Vejamos:

Ditador era o título de um magistrado da Roma antiga apontado pelo senado para governar o estado em tempo de emergências.
...
Os ditadores romanos eram geralmente apontados por um consul e eram investidos de avassaladora autoridade sobre os cidadãos, mas era originalmente limitados por um mandato de seis meses e não possuíam poderes sobre as finanças públicas.
...
No sistema da República romana, um ditador era a pessoa a quem era concedido temporariamente um significativo poder sobre o estado durante tempos de guerra. O mandato durava apenas seis meses. O modelo ideal foi Cincinnatus, que, de acordo com a lenda, estava arando a terra quando chamado para ser ditador, saindo para salvar Roma e depois retornando ao trabalho, renunciando todas as honras e poder, após apenas três meses.
Fonte: Wikipédia

Apesar de que a abolição da democracia gera a implementação de sistemas totalitários, penso que devidamente estruturado poderíamos criar o cargo de ditador da era moderna. Na lástima em que o país se encontra só alguém com amor ao país e com pulso de ferro conseguirá acalmar o sentimento de desânimo, diminuir o nosso endividamento e fazer com que Portugal restabeleça uma economia estável e promissora.
Não vejo, no entanto, na classe política ninguém suficientemente honesto e capaz para estruturar o país e para abdicar de muitos dos luxos e regalias a que estamos habituados para contornar a crise.
Poderá ser chocante a ideia de sermos governados por um ditador mas se este não tiver controlo das finanças públicas a sua função é apenas de re-organizar o país. Se isto não acontecer, mais tarde ou mais cedo, o país piorará até ao ponto em que todo o povo se insurgirá contra a classe política. O aumento do desemprego, da fome, do endividamento das famílias fará reinar o caos e aí ou caímos numa guerra civil ou elegemos um ditador perpétuo.

Sem comentários: